Notas - Wilfrid Sellars - EPM

Published on January 2017 | Categories: Documents | Downloads: 27 | Comments: 0 | Views: 140
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EMPIRICISM AND PHILOSOPHY OF MIND
Wilfrid Sellars
1 Uma ambiguidade em teorias dos dados dos sentidos
1.1 Há uma certa framework of giveness comum a muitos filósofos. Ela está no pano de
fundo de muitas de suas análises. Giveness é tudo aquilo que nos é dado: dados
sensoriais, primeiros princípios, conexões necessárias a priori etc. Muitos dos que
atacam a ideia de “giveness” na verdade estão apenas atacando uma versão sua,
defendendo algum tipo de coisa dada em detrimento de outra ou transferindo para outras
coisas as características que aquilo que é dado possui. O ataque aqui exposto às teorias
sense-datum é apenas um primeiro passo em uma critica geral à esta framework.
1.2 …
1.3 O objetivo maior do dado é constituir a fundação do conhecimento empírico. Porém, do
fato de que teorias sense-datum afirmam que os objetos das sensações são particulares e
não fatos, temos:
1.3.1 particulares não podem constituir conhecimento inferencial ou não-inferencial,
pois mesmo em um conhecimento não-inferencial, o que é conhecido é um fato e não
um particular.
1.3.2 Se o teórico disser que o que sentimos são particulares, então o que sentimos não
são conhecimentos e a existência de dados dos sentidos não implica na existência de
conhecimento.
1.3.2.1 O oposto, porém, ainda não pode ser descartado: que o conhecimento não
inferencial de que um objeto é vermelho implica a existência de dados dos
sentidos cujo conteúdo é um objeto vermelho.
1.3.3 Se ele disser que os objetos dos sentidos não são particulares, mas sim fatos, aí
sim teremos sentir é uma forma de conhecer.
1.4 O teórico sense-datum insiste que (1) que sentir é conhecer; (2) os objetos dos sentidos
são particulares e não fatos. Esta posição, porém, não é totalmente descartável.
1.4.1 Isso se torna possível se definirmos que (1) conhecimento não inferencial é um
conhecimento de que o conteúdo dos sentidos é de um certo tipo (ex.: vermelho); (2)
um conteúdo dos sentidos é sentido como sendo de um certo tipo (ex.: vermelho); (3)
um conteúdo é conhecido se ele for sentido. Assim, se um conteúdo for sentido, ele
será sentido como sendo de um certo tipo; e o fato de que ele é de certo tipo será
conhecido de forma não-inferencial.
1.5 Se teorias sense-datum concebem o que é dado no conteúdo dos sentidos como

analizável em termos não-epistêmicos (particulares por exemplo) ou são constituídos de
atos irredutíveis que são também conhecimentos, então tais teorias tomam os sensedatum como sendo fundamentais.
1.6 Ou seja, eles tomaram o sentir dos sentidos como se fosse igual à estar consciente (não
envolve aprendizado, formação de associações ou conexões tipo estímulo-resposta).
Sentir não envolveria, portanto, nenhum processo de formação nem seria adquirida. Mas
isto implica dizer que ter um conhecimento não-inferencial de que x é vermelho (que é
um fato e envolve a subsunção de um particular sob o escopo de um universal) é uma
habilidade não adquirida. O problema é que estas capacidades são normalmente
pensadas como envolvendo aprendizado, formação de conceitos e uso de símbolos.
1.6.1 Isto faz com que teorias sense-datum clássicas defende uma tríade inconsistente
de proposições: (1) x sentir que o o conteúdo dos sentidos s é vermelho implica x
conhecer não-inferencialmente o fato de que s é vermelho; (2) A habilidade de sentir
conteúdo dos sentidos é inadquirida; (3) a habilidade de conhecer fatos da forma “x é
F” é adquirida.
1.6.1.1 (1) e (2) implicam ~(3)
1.6.1.2 (2) e (3) implicam ~(1)
1.6.1.3 (1) e (3) implicam ~(2)
1.6.1.4 O abandono de nenhuma delas parece ser aceitável.
1.7 Apresenta a distinção tradicional na epistemologia entre episódios internos de (1)
“sensação” e episódios internos de (2) “conhecimentos não-inferenciais”. (1) e (2)
fundariam conhecimento empírico, de onde se poderia derivar quaisquer proposições
empíricas. Mas: “there is no reason to suppose that having the sensation of a red
triangle is a cognitive of epistemic fact”. Episódios de (1) não tem a “intencionalidade”
dos episódios de (2).
2 Outra Linguagem?
2.1 Trabalha a hipótese (de Ayer) de que o vocabulário usado para lidar com sense data é
uma outra linguagem, mas que nada agrega ao conteúdo do discurso descritivo.

Tal

linguagem seria como um código em que “D” poderia significar “Fulano está Doente” e
A como “Alguém está Doente”.
2.1.1 A relação lógica entre A e D se dá pelos seus significados, portanto, e não por
algum tipo de relação inerente ao código. D implica A porque “Fulano está Doente”
implica “Alguém está doente”. Da mesma forma, a relação lógica entre sense data
não seria independente de seu significado em linguagem ordinária. Sentenças sobre
sense-datum seriam “senteças”, isto é, códigos (code flags).

2.2 Se o discurso sobre sense-datum for apenas uma outra linguagem, um código, ela não
terá nenhum valor adicional, não podendo portanto explicar ou esclarecer nada. O valor
de qualquer elucidação obtida deve vir da habilidade de iluminar relações lógicas já
existentes no discurso ordinário sobre objetos físicos e nossa percepção deles: a lógica
por trás do discurso de “parecer”.
3 A lógica de “parecer”
3.1 Muitos ataques ao mito do Dado se deram pelo ataque à ideia de “episódio interno” ou
imediaticidade, comum tanto à episódios de sensação de um triângulo vermelho quanto à
episódios de conhecimento não-inferencial de que o triângulo é vermelho.
3.2 Outros ataques ao mito do Dado atacam a de que estes episódios podem funcionar
como premissas que fundam o conhecimento empírico.
3.3 Sellars rejeita a interpretação de parece (looks) como s usada em “essa gravata parece
verde, mas se levá-la lá fora, poderá ver que é azul”.
3.4 Quando digo que “x é verde” estou não apenas tendo a experiência de algo verde, mas
também endossando essa experiência. A distinção se esclarece no contraste com “x me
parece verde” em que tenho uma mesma experiência de ver x como sendo verde, mas
sem endossá-la (talvez por não julgar adequadas as condições em que percebo x).
3.5 O conceito de parecer verde, a habilidade de reconhecer que algo parece verde,
pressupõe o conceito de ser verde.
4 Explicando “parece”
4.1 “Is the fact that an object looks to S to be red and triangular, or that there looks to S to
be a red and triangular object over there, to be explained in terms of the ideia that Jones
has a sensation – or impression, or immediate experience- of a red triangle?”

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