O Pensador e o Demonstrador

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O Pensador e o Demonstrador
A Ascensão de Prometeus
Robert Anton Wilson

"Tudo que somos é resultado
de tudo aquilo que pensamos.
Está fundamentado no pensamento.
Está baseado no pensamento."
Buda, o Dammapada.

O pai da psicologia americana, William James, relata um encontro que teve com uma velha
senhora, que lhe disse que a Terra estava assentada sobre as costas de uma tartaruga.
- Mas minha senhora - perguntou o professor James, tão polidamente quanto podia, - e o
que é que sustêm a tartaruga?
- Ah! É fácil! - respondeu a senhora. - Ela está apoiada nas costas de outra tartaruga.
- Ah, sim... - disse o professor, ainda polido. - Mas a senhora gentilmente poderia dizer-me
o que é que sustêm essa segunda tartaruga?
- Não me venha com conversas, Professor! - disse a velhina, obviamente notando que ele a
estava levando em direção a uma armadilha lógica. - São tartarugas sobre tartarugas o
tempo todo!
Não sejamos rápidos em rir daquela velhinha. Todas as mensagens humanas trabalham
fundamentalmente com princípios semelhantes. O universo da velhinha era um pouco mais
estranho que o da maioria das pessoas que conhecemos, mas foi construído sobre os
mesmos princípios fundamentais que serviram de base para qualquer outra forma de
universo que as pessoas venham a acreditar.

Como o Dr. Leonard Orr notou, a mente humana se comporta como se estivesse dividida
em duas partes, o Pensador e o Demonstrador. O Pensador pode pensar em virtualmente
sobre tudo. A História mostra que ele pode pensar que a Terra está apoiada numa sequência
infinita de tartarugas superpostas, que é oca ou que está flutuando no espaço. (milhões de
pessoas acreditam nisso, incluindo o autor)
A Religião e a Filosofia comparadas mostram que o Pensador pode se considerar mortal,
imortal, tanto imortal como mortal (o modelo reencarnacionista, por exemplo) ou mesmo,
como não-existente (Budismo). Ele pode se pensar como vivendo num Universo Cristão,
num Universo Marxista, num Universo Relativístico Científico ou num Universo Nazista,
entre muitas outras possibilidades.
Como psicólogos e psiquiatras observaram com frequência (para grande desespero de seus
colegas médicos), o Pensador pode se pensar doente e também saudável, novamente.
O Demonstrador é um mecanismo muito mais simples. Opera de uma única maneira,
sempre: Aquilo qie o Pensador pensa, o Demonstrador prova.
Para citar um exemplo famoso, que permitiu o desencadeamento de horrores incríveis no
começo do século passado, se o Pensador pensar que todos os judeus são ricos, o
Demonstrador irá provar isso. Irá coletar evidências de que o mais pobre dos judeus, no
mais decrépito dos guetos, possui dinheiro escondido em algum lugar.
Se o pensador pensar que o Sol de move ao redor da Terra, o Demonstrador irá organizar
diligentemente todas as percepções, para que elas se encaixem naquele pensamento; se o
pensador modificar sua mente e decidir que é a Terra que se move ao redor do sol, o
Demonstrador irá reorganizar a evidência.
Se o Pensador pensa que a Água Benta de Lourdes irá curar o seu lumbago, o
Demonstrador irá orquestrar habilidosamente os sinais das glândulas, músculos, órgãos, etc,
até que eles organizem-se num estado saudável outra vez.
Logicamente é fácil ver que as mentes das outras pessoas funcionam desta maneira; mas é
mais difícil conscientizarmo-nos de que a nossa própria mente também funciona desta
maneira.
Acredita-se, por exemplo, que alguns homens são mais objetivos que os outros (raramente
ouve-se isso de mulheres). Os homens de negócios costumam ser orgulhosos, pragmáticos e

objetivos neste sentido. Uma breve avaliação das políticas histéricas, que a maioria dos
homens de negócios parece copiar e utilizar, irá rapidamente corrigir esta impressão.
Os cientistas, entretanto, ainda são considerados como sendo objetivos. Nenhum estudo da
vida dos grandes cientistas irá confirmar isso. eles foram tão passionais e, portanto, tão
preconceituosos quanto um grupo de grandes pintores ou músicos. Não foi apenas a Igreja,
mas também os astrônomos reconhecidos e estabelecidos da época, que condenaram
Galileu. A maioria dos físicos rejeitaram a Teoria Especial da Relatividade de Einstein em
1905. O próprio Einstein não reconhecia nada da Teoria Quântica após 1920, não
importando quantos experimentos viessem suportá-la. O envolvimento teimoso de Edison
com geradores elétricos de corrente contínua (CC), fizeram-no afirmar que a corrente
alternada (CA) era insegura à saúde por muitos anos, mesmo depois que esta foi
comprovadamente reconhecida como segura para todas as pessoas.
A teimosia de Edison sobre esse assunto era em parte resultante de sua inveja de Nikola
Tesla, o inventor do gerador de corrente alternada. Por sua vez, Tesla recusou o Prêmio
Nobel quando este lhe foi concedido em conjunto com Edison porque recusava-se a
aparecer na mesma plataforma que ele. Estes dois gênios foram capazes de objetividade, de
praticar ciência em apenas certas condições limitadas de laboratório.
A ciência atinge ou se aproxima da objetividade não porque um cientista individual se
tornou imunde às leis psicológicas que nos governam, mas porque o método científico uma criação de grupo - eventualmente supera os preconceitos pessoais e particulares ao
longo do tempo.
Para considerar um evento famoso dos anos 60, havia um ponto de divergência entre
pesquisadores de três grupos, que haviam provado que o LSD causava danos nos
cromossomos, enquanto que outros três grupos haviam provado que o LSD não causava
nenhum efeito sobre os cromossomos. Em cada um dos caso, o Demonstrador havia
comprovado aquilo que o Pensador pensava. Na atualidade, existem na física sete
experimentos que confirmam um conceito altamente controverso, conhecido como Teorema
de Bell e dois experimentos que o refutam. Na área de percepção extra-sensorial, os
resultados de pesquisa foram uniformes durante mais de um século: todos os pesquisadores,
que propuseram-se a provar que o Paranormal existe, obtiveram sucesso e todos que
propuseram provar que não existe, também obtiveram sucesso.
A Verdade ou a verdade relativa, emerge somente depois de décadas de experimentos,
realizados por milhares de grupos espalhados por todo o mundo. No final, estamos
esperançosos de aproximar-mos mais e mais da Verdade Objetiva ao longo dos séculos.
Num prazo menos a Lei de Orr sempre se verifica: seja aquilo que o Pensador pensa, o
Demonstrador prova.

(Se o leitor é um cientista, não se alarme. Isto não se refere a você, mas apenas para aqueles
tolos crédulos do campo oposto, que a sua teoria é a única que funciona. É lógico.)
Se o Pensador pensa de uma maneira suficientemente apaixonada, o Demonstrador iré
provar o pensamento de uma forma tão conclusiva, que você nunca fará com que a pessoa
saia dessa visão, mesmo que seja algo tão estranho como a existência de um vertebrado
gasoso de dimensões astronômicas (DEUS), que gasta toda a eternidade torturando as
pessoas que não acreditam na sua religião.

Exercícios
Por mais desagradável que possa parecer, você nunca irá compreender nada, meramente
lendo sobre o assunto. Este é o porquê de todo curso científico incluir experimentos de
laboratório e todos os movimentos de liberação da consciência exigirem a prática de iogas,
meditações e formas de confrontação, etc; nas quais as idéias são testadas no laboratório de
seu próprio sistema nervoso. Assim, o participante não irá compreender os conceitos, a
menos que ele ou ela façam os exercícios propostos após cada capítulo.
Para explorar o Pensador e o demonstrador, tente o seguinte:
1 - Visualize algum objeto pequeno (bijuteria, botão, etc), de maneira vívida e, de uma
maneira igualmente vívida, visualize que vai encontrar este objeto na rua. Então, comece a
procurar esse objeto todas as vezes que você sair pra passear, enquanto continua a
vizualizá-lo. Tome nota de quanto tempo leva para encontrá-lo.
2 - Explique o experimento acima pela hipótese da atenção seletiva, ou seja, acredite que
devem existir muitos objetos semelhantes àquele visualizado, espalhados por todos os
cantos e que você iria inevitavelmente encontrar um, a partir do momento em que começou
a procurar de forma contínua. Então saia a procura de outro objeto.
3 - Explique os experimentos pela hipótese mística alternativa de que a mente controla
tudo. Acredite que você fez o objeto manifestar-se no Universo. Saia em procura de um
segundo objeto.
4 - Compare o tempo que levou para encontrar o segundo objeto utilizando a primeira
hipótese (atenção), com o tempo que levou para encontrar o segundo objeto, apartir da
segunda hipótese (mente sobre a matéria).

5 - Com sua criatividade, invente experimentos semelhantes e em cada um compare as duas
teorias - atenção seletiva (coinscidência) versus a teoria da mente controla tudo
(psicocinese).
6 - Evite chegar a alguma conclusão definitiva e prematura. Ao final de um mês, releia o
capítulo, pense e reflita sobre e ainda assim, postergue a tentativa de chegar a alguma
conclusão dogmática. Aceite que seja possível que você ainda não saiba tudo, que ainda
tem algo a aprender.
7 - Convença-se (se ainda não se convenceu) que você é feio, pouco atraente e aborrecido.
Vá a uma festa com esse cenário mental/emocional. Observe como é que as outras pessoas
o tratam.
8 - Convença-se (se é que ainda não se convenceu disso) que você é belo, irresistível e
brilhante. Vá para uma festa com esse cenário mental/emocional. Observe como é que as
outras pessoas o tratam.
9 - Este é o mais difícil dos experimentos e vem em duas partes. Primeiro, observe de perto,
de forma desapaixonada, dois grandes amigos seus e depois, duas pessoas desconhecidas.
Tente imaginar como é que seus Pensadores pensam e como os seus Demonstradores
metodicamente provam os pensamentos gerados. Segundo, aplique o mesmo exercício a
você mesmo. Se você pensa que aprendeu as lições desses exercícios em menos de seis
meses realmente não trabalhou sobre estes. Com algum trabalho REAL, em seis meses
você deverá estar começando a descobrir o quão pouco sabe das coisas.
10 - Acredite que seja possível flutuar e voar, apenas por querer. Veja o que acontece. Se
esse exercício provar-se tão desapontador para você o quanto foi pra mim, tente o exercício
número 11 abaixo, que nunca é desapontador.
11 - Acredite que você pode superar em muito todas as suas ambições prévias e todas as
suas esperanças; em todas as áreas de sua vida.

Hardware e Software: o Cérebro e o seus
Programas
Nós, como espécie, existimos num mundo no qual ocorre uma miríade de Informações.
sobre as matrizes dos pontosm superpomos uma estrutura e então o mundo faz sentido
para nós. Os padrões e as estruturas originam-se no interior de nossas particularidades
biológicas. Persinger e Lafreniere, Os Transientes do Espaço-Tempo e Eventos Pouco
Comuns
Iremos considerar, ao longo de nossos estudos, que o cérebro humano é uma espécie de biocomputador, um computador eletro-coloidal muito diferente dos computadores eletrônicos
e de estado sólido, que existem fora de nossas cabeças.
Por favor, pondere com cuidado e lembre-se que não foi dito que o cérebro humano É um
computador. A idéia aristotélica de que para compreender algo, você deve saber o que este
algo é, foi abandonada por um número cada vez maior de ramos da ciência, pela razão
pragmática de que a símples palavra É, introduz um sem número de suposições metafísicas,
que podemos discutir pela eternidade afora. Nas ciências mais avançadas, como a física
matemática, ninguém mais fala sobre o que determinada coisa é. Costuma-se falar sobre
qual modelo (ou mapa) pode melhor ser usado, para compreender aquilo que está sendo
investigado.
Em geral, esse hábito científico de evitár o É, pode ser expandido com vantagens sobre
todas as áreas do pensamento. Assim, quando você ler em qualquer lugar que A é igual a B,
ajudará muito, para esclarecer o assunto, transformar essa frase em: A pode ser considerado
como semelhante ou modelado por B.
Quando dizemos que A é B, estamos querendo dizer que A é apenas aquilo que aparece
dentro de nosso campo de estudos ou da nossa área de especialização. Isto é exigir demais.
Quando dizemos que A pode ser considerado semelhante a ou modelado por B, estamos
dizendo o tanto quanto temos o direito de saber e não mais.
Portanto, podemos dizer que o cérebro pode ser considerado como um computador, mas
não dizemos que este é um computador. O cérebro parece ser constituído de uma matéria,
numa suspensão eletro-coloidal (protoplasma).

Os colóides são aglutinados, em direção à condição de gel, pelas suas tensões superficiais.
Isto acontece porque a tensão superficial tende a unir, aglutinar todas as substâncias
semelhantes, colando-as entre si.
Os colóides são também, de maneira inversa, separados em direção a uma condição de sol
pelas próprias cargas elétricas. Isto ocorre porque suas cargas elétricas são semelhantes e
cargas elétricas iguais sempre se repelem mutuamente.
No equilíbrio entre gel e sol, a suspensão coloidal mantém sua continuidade e a vida segue
em frente. Conduza a suspensão muito em direção gel ou sol e a vida termina.
Qualquer produto químico que atinge o cérebro, modifica o equilíbrio gel/sol e a
consciência, portanto, também se modifica. Assim, as batatas são semelhantes ao LSD, ou
seja, psicodélicas, de uma maneira mais suave, é lógica. As modificações na consciência
quando mudamos de um tipo de dieta, de vegetariana para onívora ou vice-versa, também
são psicodélicas.
Uma vez que aquilo que o Pensador pensa o Demonstrador prova, todas nossas idéias são,
em alguma medida, psicodélicas. Mesmo sem experimetação com dietas ou drogas, tudo
que você pensar ver, irá ver, a menos que tal coisa seja fisicamente impossível neste
Universo.
Cada computador consiste de dois aspectos, conhecidos como hardware e software (o
software aqui inclui a informação).
O hardware de um computador de estado sólido é concreto e localizado, consistindo de
uma unidade de processamento de dados, de uma tela de televisão (monitor), um teclado,
um disco rígido (HD) - todas partes que podem ser encontradas numa loja de produtos
eletrônicos, que podem ser substituídas, quando se encontra uma peça defeituosa.
O software consiste nos programas que podem existir de inúmeras formas, incluindo os
programas totalmente abstratos. Um programa pode existir nu computador, no sentido de
estar registrado na CPU ou um disco que descarrega a informação no computador. Um
programa também pode existir num pedaço de papel, se eu mesmo o invento: nestes casos
não existe dentro do computador, mas pode ser introduzido nele. Mas um programa pode
ainda ser mais tênue do que no exemplo anterior, pode existir apenas dentro da minha
cabeça, antes de eu tê-lo posto por escrito, ou se o escrevi diretamente no computador e
depois o apaguei.

O hardware é mais real do que o software, na medida em que você sempre pode localizar o
hard no tempo e no espaço - se não está no escritório, então alguém deve tê-lo removido
para o quarto, etc. De outro lado, o soft é mais real, no sentido de que você pode destruir
completamente o hardware (matar o computador) e ainda assim o software irá continuar a
existir e pode ser materializado e manifesto num computador diferente. (Qualquer
especulação neste ponto concernente à reencarnação é puta responsabilidade do leitor).
Ao falarmos do cérebro humano, como um bio-computador eletro-coloidal, sabemos onde é
que o hardware se encontra: no interior do crânio. Entretanto, o software parace estar em
qualquer lugar, e em todos os lugares ao mesmo tempo. Por exemplo, o soft de meu cérebro
também existe fora dele em formas tais como, digamos, um livro que li a vinte anos, uma
versão em inglês de vários sinais transmitidos por Pltão, há 2.400 anos atrás. Outras
porções de meu software foram formuladas como o soft de Confúcio, James Joyce, meu
professor de segundo grau, os Três Patetas, Beethoven, minha mãe e meu pai, Richard
Nixon, meus numerosos cães e gatos, Dr. Carl Sagan e todos os demais (e em alguma
extensão), qualquer coisa que, em algum momento, causou algum impacto em meu
cérebro. Isto pode parecer estranhos, mas é a maneira que o software funciona.
É lógico, se a consciência consistisse apenas de nada mais que essa massa de tapioca
indiferenciada, sem qualquer definição de tempo e espaço, não teríamos nenhuma
individualidade, nenhum centro, nenhum Self.
Queremos saber, então, como é que, a partir de oceano universal de software, surge uma
pessoa específica.
O que o Pensador pensa, o Demonstrador prova.
Uma vez que o cérebro humano, como todos os outros cérebros animais, age como um
computador eletro-coloidal e não como um computador de estado sólido, este segue as
mesmas leis que os demais cérebros animais. Isto é, os programas penetram no cérebro
como ligações eletro-químicas, em estágios quântidos discretos.
Cada conjunto de programas constitui-se de três porções básicas:
1 - Imprints: programas mais ou menos pré-existentes no hardware, que o cérebro está
predisposto geneticamente a aceitar somente em certos pontos ao longo de seu
desenvolvimento. Esses pontos são conhecidos, na etologia, como momentos de
vulnerabilidade ao imprint.

2 - Condicionamentos: programas que se superpõe aos imprints. São mais frouxos e mais
facilmente susceptíveis ao processo de contra-condicionamento.
3 - Aprendizado: são ainda mais frouxos e mais soft que o condicionamento.
Em termos gerais, o imprint primordial pode sempre substituir qualquer condicionamento
subsequente ou aprendizado. Um imprint é uma espécie de software que se misturou ao
próprio hardware, ficando impresso nos neurônios jovens, quando ainda estavam
particularmente abertos e vulneráveis.
Esses imprints são os aspectos não negociáveis de nossa individualidade. Da potencial
infinidade de programas que existem como softwares potenciais, o imprint estabelece os
limites, parâmetros, os perímetros no inteior dos quais todos os condicionamentos
subsequentes e aprendizados ocorrem.
Antes do seu primeiros imprint, a consciência do recém nascido é sem forma e vazia - como
o Universo ao início do Gênesis, ou como a descrição da consciência não-condicionada
(iluminada, isto é: explodida), das tradições místicas. Assim que o primeiro imprint é feito,
e estrutura começa a emergir a partir do vazio criativo. A mente em crescimento, portanto,
torna-se prisioneira no interior dessa estrutura. Identifica-se com a estrutura num certo
sentido, se torna aquela estrutura.
O processo inteiro é analisado no livro As Leis da Forma de G. Spencer Brown. Ele estava
escrevendo sobre as fundações da Matemática e da Lógica. Qualquer leitor mais inteligente
sabe que Brown também estava falando de um processo pelo qual todos passamos ao
criarmos, a partir de um oceano infinito de sinais, aqueles constructos particulares que
chamamos de mim e o meu mundo. Portanto, não é surpreendente que os viajantes de ácido,
acabam dizendo que a matemática de Brown é a melhor descrição já feita de uma viagem
de LSD.
Cada imprint sucessivo complica os softwares que programam a nossa experiência, a qual
experienciamos como uma realidade. O condicionamento e o aprendizado constroem redes
ainda mais complexas, pro sobre essas fundações de softwares imprintados. A estrutura
total destes circuitos cerebrais gera nosso mapa do mundo.
Acompanhando o Dr. Thimothy leary (com algumas poucas modificações), iremos dividir
esse hardware cerbral em oitos circuitos por pura conveniência. Conveniência aqui indica
que esse é o melhor mapa disponível no momento.

Quatro dos circuitos são antigos e conservadores, exitem em todas as pessoas (exceto em
crianças-feras). Onde os circuitos antigos recapitulam nossa evolução até o momento
presente, os outros quatro circuitos futurísticos pré-capitulam nossa evolução futura.
1 - Circuito Oral de Bio-Sobrevivência: é imprintado pela mãe ou por qualquer outro objeto
maternal e condicionado pelo processo subsequente de nutrição ou ameaça. Está
preocupado primariamente com o ato de mamar, se alimentar, ser acariciado e pela
segurança do corpo. Leva ao ato de retirar-se frente a um organismo irritante ou predador ou qualquer coisa que esteja associada (por imprint ou condicionamento) a um fator
irritante ou predatório.
2 - Circuito Anal Emocional-Territorial: é imprintado no estágio de infante, quando a
criança fica de pé, anda pelo seu ambiente e inicia a luta pelo poder dentro da estrutura
familiar. Esse circuito, eminentemente mamífero, processa regras territoriais, jogos
emocionais, disfarces, a ordem de bicadas e os rituais de dominação e submissão que
conhecemos no momento. Supõe-se que venha a ser superado em 10 ou 15 anos; mas de
qualquer maneira, o mapa não é o território.
3 - Circuito Semântico de Ligação no Tempo: é imprintado e condicionado pelos artefatos
humanos e pelos sistemas simbólicos. Lida e empacota o ambiente, classificando tudo de
acordo com o túnel de realidade local. A invenção, cálculo, predição e a transmissão de
sinais através das gerações são suas funções.
4 - Circuito Moral Sócio Sexual: é imprintado pelas primeiras experiências de
relacionamento sexual que conduziram ao orgasmo na puberdade e é condicionado pelos
tabús tribais. Processa o prazer sexual, as definições locais da reprodução certa ou errada.
a personalidade parental adulta (papel sexual) e as formas de cuidado dos mais jovens.
O desenvolvimento destes circuitos, à medida que o cérebro evoluiu através do tempo e,
uma vez que cada cérebro de primata domesticado (humano), recapitula a evolução no
decorrer do processo de crescimento da infância ao adulto, torna possível a sobrevivência
do reservatório genético, a sociobiologia mamífera (ordem de bicadas, ou seja, a política) e
a transmissão da cultura.
O segundo grupo de quatro circuitos cerebrais é muito mais recente e cada circuito existe
no momento atual em apenas algumas minorias. Onde os circuitos antigos recapitulam
nossa evolução até o momento atual, esses circuitos futurístas pré-capitulam nossa evolução
futura.

5 - Circuito Holístico Neuro-Somático: é imprintado pela experiência de êxtase, seja pela
ioga biológica ou química. Processa as alças de de feedback neuro-somáticas (relação
corpo-mente), a felicidade somático-sensorial, o sentimento de estar bem, as curas pela fé,
e etc. A Ciência Cristã e a Medicina Holística consistem em truques ou aparataos que
procuram fazer esse circuito entrar em atividade, pelo menos de forma temporária; a Ioga
Tântrica está preocupada em trasnportar a consciência inteira e definitivamente para este
circuito.
6 - Circuito Coletivo Neuro-Genético: é imprintado pelas Iogas Avançadas (choquesbioquímicos-elétricos). Processa os sistemas de feedback entre DNA/RNA e o cérebro,
sendo coletivo na medida em que contém e tem acesso a todo o script evolucionário,
passado e futuro. A experiência desse circuito é numinosa, mística e desestruturadora da
mente; aqui se encontram os arquétipos junguianos do Inconsciente Coletivo - Deuses e
Deusas, Demônios, Anões e outras personificações dos programas de DNA (instintos), que
nos governam.
7 - Circuito de Metaprogramação: é imprintado por iogas muito avançadas. Consiste, em
termos modernos, na consciência cibernética reprogramando e reimprintando todos os
outros circuitos, chegando mesmo à reprogramação de si mesmo, tornando possível uma
escolha consciente entre universos ou túneis de realidade alternativos.
8 - Circuito Quântico Não-Local: é imprintado pelo Choque, por experiências próximas da
morte ou de morte clínica, pelas experiências fora do corpo, por percepções trans-temporais
(precognição), por visões trans-espaciais (telepatia, etc). Sintoniza o cérebro no sistema de
comunicação quântico não-local, que foi sugerido por físicos tais como Böhm, Walker,
Sarfati, Bell, etc.
Esses circuitos serão explicados à medida que seguirmos em frente.

Exercícios
1 - Vá a uma loja de computadores e peça uma demonstração de como funciona um
computador. Em seguida, releia este capítulo.
2 - Para compreender hardware e software (aplicados no cérebro humano) realize a seguinte
meditação:

Sente-se num quarto onde não seja perturbado por cerca de meia hora e começe a pensar:
estou sentado nesse quarto fazendo exercício proquê... Faça uma lista mental de tantas
causas ou porquês possa pensar.
Por exemplo, você pode estar fazendo este exercício porque, obviamente, leu sobre ele
neste livro. Por que comprou este livro? Alguém recomendou? Como é que esta pessoa
entrou na sua vida? Se simplesmente escolheu numa livraria, por que é que lhe aconteceu
estar presente naquela livraria justamente naquele dia?
Por que lê livros deste tipo - sobre psicologia, consciência, evolução, etc? Como é que veio
a se interessar por esses campo? Quem o sensibilizou para isso e a quanto tempo? Quais os
fatores de sua infância que determinaram sua inclinação para pesquisar esses assuntos mais
tarde?
Por que está fazendo esse exercício nesse quarto e não noutro lugar? Por que comprou essa
casa ou apartamento? Por que está nessa cidade e não noutra? Porque neste continente e
não noutro?
Afinal de contas, por que é que você está aqui? Como é que seus pais se conheceram? Eles
decidiram conscientemente ter um filho ou você foi um acontecimento acidental? Em que
cidade você nasceu? Se numa cidade diferente, por que vocês se mudaram no tempo e no
espaço de tal forma que suas trajetórias viessem a se cruzar?
Por que é que este planeta é capaz de suportar e manter vida e por que veio a produzir o
tipo de vida que viria a imaginar este exercício?
Repita o exercício alguns dias depois, tentando perguntar e responder cinquenta perguntas
que não havia pensado da primeira vez (Observe que você não pode responder todas as
possíveis perguntas)
Evite todas e quaisquer especulações metafísicas (por exemplo: karma, , destino, etc). A
feitura deste exercício já é suficientemente espantosa para que venhamos a introduzir
teorias ocultas, e será muito mais interessante tentar evitar este tipo de especulações
flagrantemente místicas.

Guia de Viagem do Psiconauta
Tamosauskas

Os Oito Circuitos de Consciência são um mapa
mental proposto por Dr. Timothy Leary e publicado pela primeira vez em 1977 no seu livro
Exo-Psychology. Assim como a Cabala e a Astrologia fizeram na época em que foram
criados, este modelo é uma tentativa de entender e interagir com o que, nos tempos
modernos, é chamado de Inteligências ou Consciência. É importante ressaltar que Leary
não inventou o sistema, mas sim o construiu a partir das "Lei das Oitavas" curiosamente
presente tanto no ocultismo europeu, como no sufismo e nos trigramas taoístas,
enriquecendo-as com seus conhecimentos de psicologia e bio-química contemporâneos.
Desde que foi publicado pela primeira vez, este modelo recebeu algumas contribuições
valiosas, notoriamente por parte de Robert Anton Wilson e Antero Alli. Pouco antes de
morrer o próprio Timothy Leary revisou o modelo e publicou, em 1994, 'Info-Psychology',
atualizando a obra com sua a própria experiência profissional em neuro-ciência.
O modelo de Leary apresenta oito estados de consciência que são retratados como
interações neuro-químicas, sem quaisquer hierarquias entre si, mas como uma rede de
transmissões que interagem entre si e se desdobram, algo muito semelhante ao modelo
físico chamado de 'bootstrap', onde cada estado está conectado e ao mesmo tempo que
influencia é influenciado pelos outros. Não é objetivo deste texto detalhar cada um deles para isso consulte leia o texto básico e consulte a bibliografia ao final. Este artigo é
destinado aos que já conhecem o modelo e querem explorá-lo.
Para isso, foi criado um guia com a zona cerebral correspondente, os outputs mentais que
indicam deficiência ou equilíbrio em cada um dos circuitos e, mais importante ainda, os
catalizadores - químicos ou não - capazes de criar ou refazer os imprints de cada circuito.

Nota sobre os Equivalentes Químicos, "Drogas"
A dose correta da droga certa pode dar a você uma experiência, uma amostra grátis se
quiser, de como é ter um Circuito de Consciência bem desenvolvido, mas a droga em si não
causa. Uma xícara de café, pode realmente fazer você se sair melhor em um exame, mas
não fará você mais inteligente. Algumas cervejas podem lhe tornar um pouco mais sociável,
mas só por uma noite. Além disso, existe o perigo de ficar preso dentro de uma destas
experiências, isso acontece quando alguém se torna viciado em um destes catalizadores e
então não consegue mais experimentar um estado de consciência específico sem o auxílio
destas substâncias. A maçaneta vira uma muleta. Nosso cérebro é perfeitamente capaz de
produzir toda bioquímica necessária para ser bem sucedido em qualquer um ou em todos os
oito circuitos de consciência, mesmo aqueles aparentemente sobre-humanos. Assim,
proceda a leitura por sua própria conta e risco. O domínio real e completo de um circuito de
consciência só pode ser conseguido por meio de auto-exame e auto-aprimoramento
contínuo, tradicionalmente conhecido no ocidente, como "Iniciação" e no oriente como
"Iluminação".

I. Circuito de Bio-sobrevivência
O primeiro circuito tem cerca de 3 bilhões de anos e teve início com o desenvolvimento da
vida na terra. Ele se preocupa com a segurança e integridade física do ser biológico. Está
presente em todos os seres vivos e gira em torno das necessidades básicas de nutrição e
segurança. No cérebro, quando satisfeito, este circuito produz sensações de felicidade
infantil do bebê nos peitos da mãe. Está presente nos níveis mais primários de existência:
sono, comida e abrigo. Quando não satisfeito o circuito intensifica a busca por segurança e
alimentos, podendo se tornar uma obsessão e, finalmente, um vício. Uma pessoa viciada em
segurança e conforto expressa um estado obsessivo neste circuito. Quando este circuito está
operando de maneira eficiente o organismo vê a si mesmo como alguém capaz de
sobreviver e com alguma habilidade de socorrer e proteger os demais.
ZONA CEREBRAL: Tronco encefálico, cerebelo e porções basais do telencéfalo, o
"Cérebro Reptiliano."
OUTPUTS DEFICIENTES: "Eu quero morrer", "Eu estou morrendo", "Estou sempre
doente".
OUTPUTS EQUILIBRADO: "Eu vou viver para sempre ou morrer tentando.", "A Vida é
Boa."
CATALISADORES: Comida, água, abrigo, sono, massagem, 3 a 6 horas de Televisão,
boiar na água, banho de banheira.
EQUIVALENTES QUÍMICOS: Leite materno, Opiáceos, valium, prozac, sedativos,
nicotina, analgésicos, PCP, morfina e heroína. Qualquer droga capaz de melhorar e/ou
diminuir a respiração.
SINTOMAS DE OVERDOSE: Síndrome do Pânico, Vício em Conforto, Ansiedade de
Sobrevivência. Medo de Morrer, Viver, Comer (bulemia & anorexia), Sujeira ou Bagunça,
Obesidade, Desnutrição.

II. Circuito Emocional Territorial
O segundo circuito surgiu há 500 milhões de anos com a evolução de vertebrados
territorialistas. É baseado nas emoções enquanto sinais territoriais. É o que lhe diz se você
está entre amigos ou em terra estranha. Está presente em todos os animais vertebrados. No
cérebro, quando satisfeito, produz sensação de "estar em casa" e desdobra-se em liberdade
pessoal e de expressão. Quando não satisfeito este circuito reaje com conflito, fuga ou
tentativas de forjar alianças. Uma pessoa dependente da aceitação dos outros ou viciada em
julgar os demais expressa um estado obsessivo neste circuito. Quando este circuito está
operando de maneira eficiente o organismo é seguro de si e desenvolve certa habilidade
para estimular, motivar e provocar outras pessoas.
ZONA CEBEBRAL: Base do telencéfalo, Diencéfalo, Sistema Límbico, o "Cérebro
Mamífero".
OUTPUTS DEFICIENTES: "Todos me intimidam", "Não é seguro lá fora.", "A liberdade
dos outros me incomoda". Preconceitos em geral...
OUTPUTS EQUILIBRADOS: "Viva e deixe viver", "Podemos ser amigos", "Vive la
différence"
CATALISADORES: Gritaria, Chilique, Marchas militares, Artes Marciais, Rock'n'roll,
Música Alta, Eventos Esportivos, Slamdancing, Terapia Reichiana.
EQUIVALENTES QUÍMICOS: Álcool, Nitrato de Amilo. Adrenalina, Qualquer outra
droga capaz de relazar inibições ou estimular catarses emocionais.
SINTOMAS DE OVERDOSE: Ansiedade, Hipertensão, Histeria, Dissipação Emocional,
Comportamento anti-social, ou apatia.

III. Circuito Conceitual Semântico
O terceiro circuito tem cerca de 2,5 milhões de anos e surgiu em nosso planeta quando os
hominídeos começaram a se diferenciar dos outros primatas. Ele dedica-se a ligações
cognitivas capazes de construir uma estrutura semântica que explique a realidade.
Desenvolve conceitos para resolver problemas, definir termos, fazer mapas e articular
significado ao mundo. Quando não satisfeito este circuito faz o cérebro se sentir "estúpido",
"insano" e "mal informado", podendo reagir com uma urgência pelos fatos, curiosidade ou
uma retirada ao circuito II e I. Quando satisfeito produz sensações de entendimento e
clareza tornando o individuo capaz de se comunicar com eficiência e persuasão.
ZONA CEREBRAL: Córtex Telencefálico, áreas e Broca e Wernicke, o "Cérebro
Humano".
OUTPUTS DEFICIENTES: "Isso é coisa de nerd", "Não posso resolver os meus
problemas", "Já aprendi o bastante", "Isso é impossível de entender", "Isso não tem
utilidade prática para mim".
OUTPUT EQUILIBRADO: "Estou aprendendo mais sobre tudo, incluindo sobre como
aprender mais.", "Não canso de aprender."
CATALISADORES: Escrita, leitura, conversação, video-games, matemática, cabala,

especulação, oratória, programação, solução de problemas, tocar instrumentos musicais.
EQUIVALENTES QUÍMICOS: Cafeína, cocaína, anfetaminas, açúcar, chocolate e
estimulantes em geral.
SINTOMAS DE OVERDOSE: Nervosismo, fala-pensamento rápido demais,
hiperatividade, exaustão mental, neuroses.

IV. Circuito Moral-Social
O quarto circuito tem cerca de 12 mil anos e surgiu com os primeiros agrupamentos
nômades da história. Dele nascem as necessidades de pertencer/fazer parte, sociabilidade,
romance, cortejo, amizade, matrimônio, família e parcerias, domesticação, bem como
também é o responsável pelo surgimento da moral e ética que mantêm e tornam possíveis
estes interesses. Quando não satisfeito o indivíduo experimenta alienação, marginalização e
abandono. Ao ser satisfeito o quarto circuito premia o cérebro com o prazer da aceitação de
um indivíduo "bem ajustado" tornando-o, e muitas vezes, um líder.
ZONA-CEREBRAL: Córtex pré-frontal medio e frontal ventromedial, o "Cérebro
Adulto."
OUTPUTS DEFICIENTES: "A liberdade dos outros me incomoda", "Estou condenado a
morrer sozinho", "Tudo o que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda", "Queimem a Bruxa!"
OUTPUTS EQUILIBRADOS: "Amor é a lei, amor sob vontade", "Faze o que tu queres"
CATALISADORES: Rituais coletivos, festas, casamentos, reuniões. Eventos culturais,
concertos, igrejas, partidos políticos, organizações não governamentais. Religiões
organizadas. Mídia de massa, publicidade, moda.
QUÍMICOS: Testosterona, Estrógeno, afrodisíacos ou qualquer droga que aumente o
status social. Ex. Tabaco na Europa do século XIX.
SINTOMAS DE OVERDOSE: Comportamento de rebanho, perda de personalidade,
autonomia e independência. Complexo de culpa, confusão entre moralidade do grupo e
ética pessoal.

V. Circuito Neurossomático
O quinto circuito tem cerca de 8 mil anos de idade e surgiu quando as primeiras
civilizações desenvolveram uma classe que podia se dedicar ao lazer, coincidindo com o
excedente agrícola da Revolução Neolítica. Ele lida com o desfrute do "aqui e agora" além
das barreiras físicas, emocionais, mentais e morais. Uma vez desperto este circuito, se não
satisfeito, dará dará ao cérebro o descontentamento "espiritual" de estar preso ao próprio
corpo e às necessidades mundanas. Contudo ao ser satisfeito ele premiará o organismo com
o êxtase da existência, o Nirvana e um estado de carisma magnético faz-se aparecer na
personalidade, tornando-o uma celebridade, xamã ou artista dependendo do seu contexto
social.
ZONA-CEREBRAL: Zonas subcorticais do lóbulo frontal e área septal e segmento
mesencefálico.

OUTPUT DEFICIENTE: "Que Tédio", "A vida é um saco", "Nada para fazer..."
OUTPUT EQUILIBRADO: "Indulgência em vez de abstinência", "Sou Aqui e Agora",
"Carpe Diem", "Isso é divertido!"
CATALISADORES: Pranayama, meditação, devoção religiosa, orações, música como
lazer, surf, dança e teatro ao vivo, hatha-yoga, tantrismo, gravidade-zero, queda-livre, giros
sufis, Ciência Cristã, rituais pagãos de êxtase.
EQUIVALENTES QUÍMICOS: Cannabis, pequenas doses de Psilocibina, Haxixe,
Empatógenos (MDMA, etc..)
SINTOMAS DE OVERDOSE: Perda de conexão com a "realidade consensual",
desorientação espaço-temporal. Negligencia das crenças e moral alheias. Dificuldade de
articulação ("Tipo, woooww, veio.", "Ulah bada kubana hallelujah")

VI. Circuito Neurogenético
O sexto circuito surgiu há cerca de 6 mil anos com o desenvolvimento das primeiras
"religiões místicas" no vale do rio Indo e as escolas de mistérios do antigo Egito. Nele o
sistema nervoso central se identifica com os sinais do DNA, despertando uma consciência
biológica mais ampla, interpretada como reencarnações, inconsciente coletivo ou memorias
raciais, entre outras, dependendo do contexto em que surgir. Quando desperto e satisfeito
este circuito dá à mente um senso de união com todas as coisas vivas, quando não satisfeito
um senso de desorientação e vazio extremo se manifesta no ente. Sanidade é redefinida pela
imaginação e necessariamente expressa em termos poéticos, simbólicos e mitológicos.
ZONA CEREBRAL: Lobos temporais.
OUTPUTS DEFICIENTES: "A Evolução é cega e impessoal", "Life is a bitch"
OUTPUTS EQUILIBRADOS: "A minha evolução futura depende de minhas decisões
presentes", "Nós somos nossos genes"
CATALISADORES: Meditação Transcedental, Kirtan, Paternidade/Maternidade,
conversões religiosas, experiências místicas, despertar do kundalini, magia do caos de Peter
Carroll, Magick de Aleister Crowley, Respiração Holotrópica do Stanislav Grof.
EQUIVALENTES QUÍMICOS: Fortes doses de Psilocibina, LSD, DMT, Datura
SINTOMAS DE OVERDOSE: Complexo de messias, megalomania, delírios de grandeza.

VII. Circuito Meta-Programador
Embora provavelmente mais antigo, o sétimo circuito atingiu sua massa de manobra apenas
cerca de 2500 anos atrás com o intercâmbio global, iniciado no período helenístico, e
especialmente ligado ao surgimento dos primeiros grupos "ocultos" que floresceram na rota
da Seda. Relaciona-se com conceitos historicamente chamados de "Iluminação" ou
desenvolvimento do "sexto sentido". Refere-se ao sistema nervoso tomando conhecimento
de si mesmo. Uma vez desperto este circuito dará ao indivíduo a sensação de
conhecimento além das ilusões, sonhos e fantasias dos circuitos anteriormente citados.
Entretanto quando não-satisfeito o ser experimenta uma desagradável sensação de atrofia

mental, sentindo-se preso dentro de sua própria mente.
ZONA CEREBRAL: Glândula pineal. Lobos frontais.
OUTPUTS DEFICIENTES: "Por que eu tenho tanto azar?", "Eu não posso estar
errado", "A realidade é uma piada de mal gosto"
OUTPUTS EQUILIBRADOS: "Nada é Verdadeiro, Tudo é Permitido", "Eu faço as
minhas próprias coincidências e sincronicidade, sorte e destino", "Eu sou o que sou"
CATALISADORES: Kundalini e raja yoga, meditação caótica de Rajneesh, perda de entes
queridos e experiências próximas a morte, privação sensorial, clausura, retiros budistas,
vida de hermitão, rituais parateátricos de Antero Ali, edição e produção de filmes, ficção,
teorias da conspiração, RPG, charlatanismo.
EQUIVALENTES QUÍMICOS: Psilocibina, mescalina, peyote, doses pequenas de LSD.
SINTOMAS DE OVERDOSE: Paranóia, Esquizofrenia, Psicose.

VIII. Circuito Quântico Não-Local
O oitavo circuito embora claramente presente em alguns indivíduos notáveis ainda é novo
demais para ter deixado um registro massivo relevante na história, de forma que não
podemos dar-lhe uma idade. Assim como o circuito anterior se identifica com tudo o que é
vivo, este identifica-se a tudo o que existe e a consciência amplia-se para o nível
subatômico. O oitavo circuito dá ao ser a consciência não-local, semelhante à consciência
onírica de Castanheda ou ao Ciberespaço de William Gibson. Uma vez desperto este
circuito não pode ser não-satisfeito, mas apenas perdido.
ZONAS CEREBRAIS: Lobo parietal e junção temporotariental.
OUTPUTS DEFICIENTES: "Eu não tenho poderes paranormais e eu duvido que alguém
seja”, "Eu sou meu cérebro."
OUTPUT EQUILIBRADOS: "Tudo é um", "O que está acima é como o que está abaixo",
"O Tao que pode ser descrito não é o Tao verdadeiro"
CATALISADORES: Experiências próximas à morte ou "fora do corpo", viagens astrais,
sonhos lúcidos, técnicas de Eckankar, trabalho onírico dos Senoi malasianos, walkabouts
aborigenes, realidade virtual, tecnologias de imersão.
EQUIVALENTES QUÍMICOS: Doses pesadas de Óxido Nitroso, DMT, Ketamina,
Estramônio, veneno de sapo do deserto (Bufo alvarius) ou qualquer droga que simule
experiências próximas a morte ou produza a sensação física da morte. (exemplo: venenos
"zumbis" haitanos. )
SINTOMAS DE OVERDOSE: Morte, Comatose, perde parcial ou completa de funções
corporais.

25 Solo & Group Mind Exercises

sources:
Prometheus Rising by Robert Anton Wilson
Quantum Psychology by Robert Anton Wilson

SOLO EXERCISES:

1)

-Sit in a room where you will not be disturbed for a half hour and begin thinking, “I am
sitting in this room doing this exercise because…” and list as many of the “causes” as you
can think of.

-Why are you here at all—that is, how did your parents meet? Did they consciously decide
to have a child, do you happen to know, or were you an accident? What cities were they
born in? If in different cities, why did they move in space-time so that their paths would
intersect?
Why is this planet capable of supporting life, and why did it produce the kind of life that
would dream up an exercise of this sort?

-Pick up any household item—a spoon, a pen, a cup etc. Perform the same exercise as
above—why is it here? Who invented it, if you can find out? How did the invention get to
this continent? Who manufactured it? Why did they manufacture that instead of bird cages?
Why did they become manufacturers instead of musicians? Why did you buy it? Why did
you pick that object, of all the objects in your house, for this meditation?

2)

- If you are a Liberal, subscribe to the National Review conservative magazine for a year.
Each month try to enter their worldview for a few hours while reading their articles.

-If you are a Conservative, subscribe to the New York Review of Books for a year and try
to get into their head-space for a few hours a month.

3)

-If you are a Rationalist, subscribe to Fate magazine for a year.

-If you are an occultist, join the Committee for the Scientific Investigation of Claims of the
Paranormal and read their journal, The Skeptical Inquirer, for a year.

4)

-Buy a copy of the Scientific American and read any article in it. Ask the following
questions: Why do they sound so sure? Does the data support dogmatism at this point, or is
dogma a primate habit (defending head-space)? Will these theories still be believed in 30
years? 50?

5)

-Get into a discussion of philosophy with an educated Marxist, a very intelligent Muslim,
and a Japanese businessman at the first opportunity.

6)

-James Joyce said he never met a boring human being. Try to explain this. Try to get into
the Joycean head space, where everybody is a separate reality-island full of mystery and
surprise. In other words, learn to observe.

7)

-Start collecting evidence that your phone is bugged.

-Everybody gets a letter occasionally that is slightly damaged. Assume that somebody is
opening your mail and clumsily resealing it.

-Look around for evidence that your co-workers or neighbors think you’re a bit off and are
planning to have you committed to a mental hospital.

-Try living a whole week with the program, “Everybody likes me and tries to help me
achieve all of my goals.

-Try living forever with the metaprogram, “Everything works out more perfectly than I plan
it.”

8)

-Make a list of ten areas in which your thinking-feeling is conservative. Guess how soon
the world will change so totally that those ideas will seem not merely conservative but
irrelevant.

-Make a list of ten areas in which your conceptualizing is radical. Guess how soon the
world will change so totally that you will seem conservative in those areas.

9)

-Rent a video of the kind of comedy that small children like—the Three Stooges, Abbott &
Costello, etc. Observe carefully, and think about what function this humor serves.

10)

-Spend all day Sunday looking at animal shows on TV. Then go into the office the next day
and observe the primate pack hierarchy carefully, like a scientist.

11)

- If all you can know is your own brain programs operating, the whole universe you
experience is inside your head. Try to hold onto that model for at least an hour. Note how
often you relapse into feeling the universe is outside you.

12)

-Consider the belief system or perception of an educated reader 1200 years ago. How much
of that worldview still seems “Real”? How much in our perception was unknown or
invisible then?

-Consider the perception of an educated person 1200 years from now. How much of our
perception will still seem “Real”? How much of the 3213 AD perception is unknown or
invisible to us?

13)

-Visualize a quarter vividly, and imagine vividly that you are going to find the quarter on
the street. Then, look for the quarter every time you take a walk, meanwhile continuing to
visualize it. See how long it takes you to find the quarter.

-Explain the above experiment by the hypothesis of “selective attention”—that is, believe
there are lots of lost quarters everywhere and you were bound to find one by continually
looking. Go looking for a second quarter.

-Explain the experiment by the alternative “mystical” hypothesis that “mind controls
everything.” Believe that you made the quarter manifest in this universe. Go looking for a
second quarter.

-Compare the time it takes to find the second quarter using the first hypothesis (attention)
with the time it takes using the second hypothesis (mind-over-matter).

-With your own ingenuity, invent similar experiments and each time compare the two
theories—”selective attention” (coincidence) vs. “mind controls everything”
(psychokinesis).

14)

-Convince yourself (if you are not already convinced) that you are ugly, unattractive and
dull. Go to a party in that frame of mind. Observe how people treat you.

-Convince yourself (if you are not already convinced) that you are handsome, irresistible
and witty. Go to a party in that frame of mind. Observe how people treat you.

15)

Meditate upon the following quote from Lord Russell’s Our Knowledge of the External
World: ”

“The belief or unconscious conviction that all propositions are of some subject-predicate
form — in other words, that every fact consists of some thing having some quality — has
rendered most philosophers incapable of giving any account of the world of science and
daily life.”

Then…

Contemplate the following typical subject-predicate sentences: “The lightning flashed
suddenly.” It is now raining out.” I have an uncontrollable temper.”

Try to identify the subject “it” in the sentence: “It is now raining out.”

16)

-Go outside and look around. How much of what you see would have existed if humans
hadn’t designed and built it? How much of it that “just grew there” would look different if
humans had not cultivated and encouraged (or polluted) it?

17)

-If you can distinguish stars from planets, can identify some of them, etc., try to forget this
knowledge and imagine how the sky looks to very intelligent animals without human
science. Then look at it again with your knowledge of astronomy back in focus.

-If a meteor passes, how does it make you feel when trying to see it without scientific
glosses? How differently do you feel when you allow yourself to remember what you know
of meteors?

18)

-Ask yourself this: If all TV shows about police went off the air and instead we had an
equal number of TV shows about landlords, would this alter your perception? What would
you become less aware of? What would you become more aware of?

GROUP EXERCISES:

19)

-Sit in a room with some friends. Each person sit silently and write a description of the
room. Take about five minutes. Read the descriptions aloud, noting on a blackboard or large
pad: (a) how many things appear on some lists and not on others. (b) how many things do
not appear on any of the lists but can quickly come to light with further investigation?

20)

-Set a timer for two minutes. Now close your eyes and listen to the sounds of the room and
the sounds coming in from outside. Compare. Note how each nervous system has heard
different sounds.

21)

-Pass a rock around, silently. Let every person look at it in the manner of Zen meditation —
without forming words in their heads.

22)

-In the 1950s, the film The Moon is Blue, became a center of controversy and actually got
banned in some cities because it contained the word “virgin.” How does this seem in
retrospect? Discuss.

23)

A) Everybody in the group pinch your upper arm.
B) Everybody speak the word “pinch” out loud.
C) Everybody write the word “pinch” on a piece of paper.
D) Everybody pinch your upper arms again.
E) Discuss the differences between exercises A to D.

24)

One member of the group present some good arguments in favor of a flat Earth model over
the spherical model.
All members attempt to listen calmly and rationally.
All members observe that this attempt to listen without prejudice seems much more
difficult than you would presume.

Another member research and present a case against evolution.

25)

-Children, psychologists say, tend to believe things literally. Discuss the following parental
utterances and how they might function as self-fulfilling prophecies; discuss also if any of
you have heard these in childhood and have accepted them as Life Scripts ever since:
A. You never do anything right.
B. You’re so lazy you’re going to end up on Welfare.
C. You have a terrible temper. You’re going to hurt somebody seriously some day.
D. You’ve never been a healthy child.
E. Don’t ever letter me catch you doing that again.
F. You’re going to get fat as a pig, the way you eat.
G. You’re just not as smart as your brother.

Note: Unfortunately, just reading these 25 exercises won’t do the trick. Carve out some
time and give them a try! Make the group exercises a party…

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