Simon Schwartzman.

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Simon Schawartzman, nascido em Belo Horizonte é pesquisador do Instituto de
Estudos do Trabalho e Sociedade no Rio de Janeiro. Foi, entre 1994 e 1998,
Presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

O autor procura mostrar ao longo do texto que a temática do autoritarismo
brasileiro não é um simples fenômeno passageiro e não pode se desfazer
por meros arranjos institucionais
(discussão pra depois) ----------Des da disputa dos dois partidos, os partidos
políticos perdem substancia , o clientelismo se ampliou, o sindicalismo e os
movimentos sociais foram cooptados e boa parte das antigas elites
patrimonialistas mantiveram o poder
Politica antiga do mostrando enorme e inesperada sobrevivência
Uma das teses centrais do livro é que o brasil herdou , mas desenvolveu
uma dinâmica própria e independente que só pode ser entendida de
examinarmos a história da formação do estado brasileiro
Como característica histórica observa-se a predominante dimensão
neopatrimonial do estado brasileiro, que eh uma forma de dominação
política gerada no processo de transição para a modernidade com o passivo
de uma burocracia administrativa pesada (embora ineficiente e pouco ágil
para acesso de grande parte da sociedade) e uma sociedade civil fraca e
pouco articulada
Outra característica, estado populista , é utilizado na tentativa de se
estabelecer relação direta entre o povo e as massas
No Inicio da segunda republica, século 20, sociedade brasileira está grandes
transformações , processo de crescimento demográfico e correntes
migratórias do campo pra cidade, inchamento das cidades, maior
mecanização nas lavrouras , como consequência observa-se o surgimento
de uma classe media urbana significativa, no período pós guerra. Inicio da
industrialização concentra-se em são Paulo incorporando grande parte
dessa classe media
Papel do estado tbm muda, pois agora é chamado pra gerir com eficiência
grandes aglomerados urbanos
Problema crucial dos estados contemporâneos de origem burocráticopatrimonialista, é de fazer como a transição de uma estrutura ineficiente ,
pesada e mergulhada em um sistema de valores ultrapassados e
conservadores, para uma estrutura ágil capaz de levar a passagem do
subdesenvolvimento para o desenvolvimento
Cap 1 Da teoria política a realidade histórica.

O autor começa defendendo que explicações economicistas não
conseguem explicar suficientemente tudoo que acontece no nível politico,
embora não seja independente ou isolado, o nível politico tem que ser
analisado com sua especificidade.
Existe uma serie de fatos a respeito da história politica brasileira que fazem
com que a necessidade de uma politica teórica distinta seja ainda mais
essencial
O primeiro e mais importante desses fatos é a falta constante de
correspondência entre as instituições formais e a realidade social e
econômica ( cita oliveira viana)
Segundo essa perspectiva, as elites são culturalmente alienadas, o sistema
político não é criado em função de interesses de grupos sociais, mas sim em
função de modelos estrangeiros com maior ou menos prestigio.
Pouco compreendido também é o caso de sp, estado mais rico e mais
industrializado desdo inicio do sec xx, enxerga-se grande debilidade politica
no estado ( indicador tamanho reduzido dos partidos entre 45 e 64) mesmo
na republica velha, a preeminência politica era muito menor do que o peso
econômico sugeria, condições paulistas são especificas
-Um marco de referencia, capitalismo ocidental e patrimonialismo
Os Problemas adiante discutidos em dois níveis, um estrutural, maneira pela
qual a sociedade se organiza para a produção e distribuição de bens
escassos, e outro especificamente politico, maneira pela qual diferentes
grupos na sociedade tem ou não seus direitos de participação no processo
de decisão relativo a distribuição social de riqueza
O autor afirma que essa distribuição e direito a participação dependem do
tamanho da estrutura do estado e do seu desempenho no sistema
produtivo, por isso há variações históricas
-A perspectiva politica, cooptação e representação
Uma característica cultural da política brasileira é a cooptação politica, que
refere-se a uma participação politica débil, dependente e controlada
hierarquicamente de cima para baixo, contextos de cooptação política
ocorrem quando estruturas governamentais fortes antecedem
historicamente os esforços de mobilização política de grupos sociais.
Outras propriedades também compõe essa cooptação política, citanto vitor
nunes leal, o autor fala da relação simbiótica de dependência entre a
administração central e o poder local, em que a dominação é imposta de
cima pra baixo, marcas do coronelismo
A baixa representação de interesse a grupos sociais também é um aspecto
dessa coptação

-A política como fenômeno social, as quatro regiões
Processos políticos devem ser entendidos dentro da distribuição espacial.
Observação ainda mais pertinente quando se tem um processo de ocupação
histórica das diversas partes do pais da se de maneira diferenciada ,
gerando problemas de incorporação, integração e rupturas entre as
diferentes regiões
-Proposito inicial modelo de colonização portuguesa
Nessa diferenciação o autor da um exemplo das características do rio e de
sp, o autor afirma que o rio (sede politica e administrativa do império)
possui características ligadas a tipologia das cidades orientais, em que o
corpo administrativo é o elemento mais importante da estrutura e do
funcionamento dela, enquanto sp assemelha-se a uma cidade ocidental cujo
as características descrevem um núcleo econômico e politicamente
autônomo, alimentado pela atividade comercial ou industrial.
O padrão de relações entre o centro administrativo e econômico formam
diferentes aspectos de constituição da burguesia em cara local. Embora não
seja peculiaridadedo território brasileiro
Cita “Organski” que leva em conta descontinuidades regionais no
surgimento do fascismo na Itália
-Conclusão da teoria política com a realidade histórica
Conclui-se essa parte determinando a dificuldade conceitual pela variedade
de aspectos do processo politico, entre eles as unidades de analise
territorial e os modelos dessa analise
Variados processos regionais devem ser estudados em combinação com sua
estrutura social
Capitulo dois, neopatrimonialismo e a questão do estado
-A questão do estado
Através de uma breve analise sobre estado em marx e Engels o autor chega
a conclusão que as características da estrutura estatal não podem ser
completamente deduzidas pela sociedade civil, e a sociedade civil não pode
ser completamente entendida pelas características formais da organização
governamental
-Patrimonialismo e feudalismo]
Destaca distinções entre o feudalismo e o patrimonialismo, maior
concentração de poder discricionário (liberdade de escolha administrativo) e
maior instabilidade nos sistemas patrimoniais

-Processos políticos em regimes patrimoniais
Reforça que as Diferenças entre patrimonialismo, feudalismo
e outras
formas de dominação tem pouco haver com cultura, sendo mais associadas
ao sucesso ou fracasso do líder de se manter no poder
-Participação política e neo patrimonialismo
Participação politica no estado moderno é expandida a todos, só que sua
intensidade varia .
Quando a cooptação política predomina, a política tende a girar em torno do
estado , embora não seja um característica apenas sul americana,
afastando qualquer aproximação desse conceito a cultura, a discussão sobre
esse processo ajuda a explicar a formação politica brasileira
Cap 3, origens históricas, centro e periferia sob dominação portuguesa
-O setor publico e o setor privado
Interesses no processo das clivagens regionais em relação com o centro
administrativo, mais uma vez cita fatores coloniais, (utiliza faooro, mas não
quer dizer q características de pratimonialismo seja imutável no tempo)
Os núcleos de colonização regionais desenvolvem-se assim por conta
própria, relacionando a tendência centralizadora de Portugal com a grande
dispersão territorial
-Os padrões de

colonização : bandeirantes e pioneiros

-Trajetória de são Paulo e a guerra dos emboabas
Crescimento populacional tardio em sp, relacionado a abertura comercial.
São Paulo se cria longe do controle da administração colonial, os imigrantes
que vinham para essa remota terra estavam interessados no máximo lucro
pelo seu próprio esforço
-Integração do nordeste e a guerra dos mascates
-consolidação da fronteira e formação do exercito nacional
O quadro de ocupação territorial do brasil só eh completado com os
entrepostos militares na fronteira.
Importante para a unidade política, mas não quer dizer que a
implementação acabou com contradições e políticos
Capitulo 4- dependência expansão econômica e politica patrimonial
-Dependencia e expansão econômica nos países novos

Um dos aspectos mais importantes da relação entre os países periféricos e
os países centrais, é o sistema de dependência econômica e interferência
política. Importante é perceber que esse tipo de dependência externa se
reflete na estrutura e nos processos políticos internos dos países periféricos
-A agricultura a indústria, o movimento operário e o estado: critica e revisão
de um modelo de desenvolvimento
Critica a implantação do “modelo” de desenvolvimento difundido e adotado
no brasil e em outros países igualmente dependentes. Considerando o
peso de três setores, governo central, agricultores e industriais percebe-se
que os dois últimos não tinham força politica e decisória para barrar a
burocracia governamental patrimonialista
O processo de industrialização produzido no contexto de crise internacional
e guerra dificulmente sera explicada por termos econômicos, se associando
a termos políticos e institucionais do modelo dependente patrimonialista
-A expansão do café: iniciativa privada e o papel do estado
Posteriormente o autor destaca distinções entre as novas nações ,
destacando a australia, e o que ele chama de novas velhas nações como o
brasil, o autor fala que nesse segundo modelo, a condução política nunca
chegou na mao dos novos grupos econômicos.
Sobre essa premissa o autor fala sobre a construção do sistema republicano
de 1889, que iniciou-se com certa decentralização e um estado líder que
começava a juntar em suas mãos a administração dos interesses de seus
grupos dominantes em controle da politica de exportação, controle da
produção, força de trabalho e etc
-Sintese: poder oligárquico e dependência patrimonial
A coalizão conservadora entre oligarquia rural e o estado é muito
importante para entendermos porque interesses econômicos mais
dinâmicos do pais não conduziram a uma politica de representação mais
definida
Elites agrarias impondo seus domínios sem resistência por parte de
interesses competitivos levou uma superposição significativa entre o publico
e o privado
Dependência politica derivada do status do colônia, subordinação
econômica a Portugal e a Inglaterra e centralização burocrática para a
exploração de uma economia em decadência é o quadro que o brasil entra
no século 19
Esse padrão de dependência continuado por todo século significou não
apenas que os recursos eram canalizados pro exterior , mas o estado

patrimonial foi capaz de sobreviver ao limitar as oportunidades de
manifestação politica independente por parte de grupos nacionais que
detinham certa base produtiva
Capitulo 5 – Do império a republica, centralização, desequilíbrios regionais e
decentralização
-A vida política no século 19
Período inicial do império , caracterizado pelo conflito entre brasileiros e
portugueses
-De províncias a estados
Com a republica, as antigas pronvincias, agora estados podem
desempenhar papeis que ate então não lhes era permitido.
Afinal tinha uma combinação entre poder centralizado e descentralizado,
pois ao mesmo tempo que se tinha um poder hierárquico e centralizado,
que não dependia das bases locais para sustentação, apoiando-se na
maquina administrativa governamental, havia um poder privado e
autônomo difuso, que só adiquiria expressão politica quando cooptado pelo
estado
A médio prazo, o fim do império tem uma de suas causas, a incapacidade
do governo monárquico de incorporar alguma forma de liderança regional
que surgia cada vez mais ativa e articulada a longo prazo, nem mesmo um
sistema representativo tao oligárquico como a republica velha teve
condições de se manter diante das tentativas centraliazadoras do esatado.
-Regionalismo e centralização no movimento republicano
Até o fim da primeira republica, que durou até 30, nao houve crescimento
na participação politica popular brasileira, é notável que a participação
politica consegue se manter estagnavel quando todos os outros indicadores
de desenvolvimento cresciam no br
Esse fato, combinado com fraudes de corrupção divulgadas na época, levam
a noção que o período republicano representou a época de plena
implementação de um sistema de poder oligárquico, substituindo
efetivamente a centralização imperial
-A base regional do militarismo: RS
-São Paulo e minas gerais
Grande participação da oligarquia paulista na primeira republica devido
principalmente ao crescimento demográfico e econômico pro pais

Em 1924 surge uma revolta militar em sp com articulação não muito
perfeita com militares do pais, os paulistas tinhas os próprios patrimônios
mas estavam interessados em controlar os mecanismos de decisão em
poder de influenciar as ações governamentais no sentido de facilitar
consceções econômicas. Outro ponto de interesse, contribuição paulista na
receita era alta em comparação a participação nos gastos federais
-A revolução de 1930, fatos ideológicos.
A sociedade e o sistema político se tornam cada vez mais complexo se
avançarmos até 1930.
Existem varias interpretações sobre a ver de 30, mas os principais fatos
podem ser resumidos em itens, primeiro, a ver surge em função de uma
crise no arranjo, segundo qual caberia a MG a sucessão de Washington luis,
segundo, o fato da vitória de vargas e o caráter que circundou essa,
descadando-o como liderança não especificamente militar, mas politica e
civil, terceiro a campanha de 30 contou com a presença da aliança liberal
que pela primeira vez apresentou uma plataforma criticando as oligarquias
estaduais e a ineficiência governamental, quarta, a crise surge num
contexto de crise econômica mundial, impactando sobre o comercio do café
-Nova centralização
A revolução de 30 constituiu uma mudança radical em termos da maior
centralização e concentração de poder, seus lideres não eram nem da
burguesia nem das classes medias em ascensão, se identificavam com a
tradição politica e militar do rs (ligado a getulio)AO PROCESSO POLITICO
seriam firmemente estabelecidas durante o regime vargas. mas a
combinação de forte centralização com sistema eleitoral de participação de
massas deu as raízes do q posteriormente eh chamado de populismo, q
predominaria em 1945
Cap 6- democracia representativa em perspectiva
-Uma perspectiva de analise
(ler depois do paragrafo de baixo)A situação de desenvolvimento econômico
antecedendo e liderado o processo de modernização, levou a uma vivencia
política distinta. A participação politicam tende nesse contexto a ser
aparentemente mais ligada a demandas especificas .
(ler antes do paragrafo de cima) O autor destaca dois modelos sobre esse
desenvolvimento econômico ligado a participação política, quando a
atividade econômica independe e prepondera sobre a atividade política, o
sistema de participação politica consiste em formas de representação de
interesses, quando é a atividade política que prepondera sobre a
econômica, o sistema de participação política consistira em em disputra
pelo controle do estado ou acesso a posições governamentais.

-Participação política e o sistema partidário após 1945
Generalização das reivindicações de grupos articulados e movimentos
políticos devido a “modernização”e novas demandas (aumento de educação
etc )
-A dinâmica do sistema resultados eleitorais.
Da uma breve dinâmica partidária do período de 45 a 64 apontando a união
do ptb com o psd representada como centro de cooptação, como vencedora
da maioria dos pleitos, são Paulo aparece com o psb de Adhemar de barros,
mas sem força nacional
-Crise do sistema
O sistema de cooptação, representado pela aliança nacional ptb e psd entra
em crise exatamente quando níveis de educação, urbanização e
industrialização do pais começaram a aumentar , a medida que a
participação social em varias esferas da sociedade aumentava também
ganha corpo a falta de interesse pelo sistema político partidário
A própria participação de sp no sistema político eleitoral parece apresentar
as duas tendências, um desinteresse da política a nível nacional e a
mobilização crescente num contexto em que proliferam formas de
organização social e política
Cita campelo e Wanderley para explicar os indícios de realinhamento e
fragmentação dos recursos políticos
-Conclusoes : o sistema eleitoral e a questão institucional
Recapitula o conceito de cooptação e representação como maneira que ve o
sistema político como baseado exclusivamente em mecanismos de
representação de interesses agente de um setor ou uma constelação
especifica de setores da sociedade , definido em termos classistas ou
econômicos
Atenção para a analise populista dos partidos da época
O caso de sp, PSP pegando um pouco de psd a partir do aparelho estatal
mais com a questão da insubordinação paulista ( catalisador de
desconfiança)
Especulações do MDB voto de oposição, não necessariamente
representação
A representação política supõe a existência de grupos autônomos e
orientados em função de interesses próprios definidos internamente.

A analise histórica do autor sugere que a as elites regionais no centro no
nordeste e de certa forma no sul, tendem historicamente a se preucupar
menos com a representação de seus interesses no centro político nacional
do que com seu acesso a posição e poder e prestigio com o regime
centralizado.
Os eventuais de autonomia local tendem geralmente a serem coptados pelo
centro
Um regime político baseado na centralização do poder e cooptação, de
setores mais ativos tende a excessiva burocratização e a política de
distribuição de recursos entre clientelas eleitorais enquanto governos
representativos tende a responder de forma mais direta e explicita as
demandas de seus constituintes, politica mais clara de objetivos e políticas
governamentais
É possível pensar o quadro político sobre duas duas perspectivas e as bases
socioeconômicas, a primeira liberal e anti estatal, que pensa no estado
como se legitimando através de um sistema democrático de representação
de interesses , produzindo um sociedade segura para florescimento da
iniciativa individual,
A outra perspectiva é a intervencionista e centralizadora, que ve como
fundamento de legitimação do governo e a existência de uma política
orientada para a maximização dos objetivos coletivos e nacionais.
Um trabalho pra desenvolvimento passa por dois lados: transformar as
estruturas e atitudes politicas nos dois lados da divisão regional e ideológica
do pais e desburocratizar e tornar menos autoritária e clientelista a ação do
estado difícil prever com o trabalho evoluira
Autor acredita que sistemas eleitorais competitivos são condições
necessárias mas nunca suficientes para garantir a sociedade que não haja
abusiva monopolização de recursos sociais e econômicos
Assim, os estudos eleitorais devem ser colocados em um contexto que
examinasse de forma mais ampla as possibilidades de participação social da
sociedade brasileira,

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